DAS DIRETRIZES- Á CURADORIA E AO COMITÊ CIENTÍFICO

Por Profa. Dra. Alanna Souto Cardoso ( Aru/ Tupinambá) .
Indígena em contexto urbano. Belém do Pará, Amazônia , Brasil.

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO E A NOTIFICAÇÃO DE CARTAS ACEITES- DA CURADORIA E DO COMITÊ CIENTÍFICO

Primeiramente o livro Autoras Amazônidas e alguns ensaios: memória, ensino, periferia/tradições, questões étnico-raciais e pertencimentos tem o objetivo de ser uma chave para abertura e articulação da produção acadêmica comunitária e de saberes tradicionais com a criação de um espaço mais inclusivo e articulado com as vivencias coletivas referente aos processos de produção cientifica advindos das Mulheres autoras de contextos específicos[1] dentro ou fora dos grandes grupos de pesquisas das Universidades por meio do Instituto de Pesquisa Projeto Cartografando saberes (IPPCS) .

O livro autora Autoras Amazônidas e alguns ensaios: memória, ensino, periferia/tradições, questões étnico-raciais e pertencimentos é uma organização das professoras Alanna Souto Cardoso ( IPPCS/ PÓS DOCTOR PPGG-UEPA), povo tupinambá & da profa. geógrafa quilombola Jully Miranda ( Secretaria municipal de educação de Ponta de pedras- PA ), Marajó .

A curadoria e o comitê científico devem levar em consideração que a obra encaminhada trata-se de uma coletânea de textos no gênero Ensaio, seja na perspectiva científica, seja no formato plural de narrativas das Tradições orais com suas transmissões de modos de conhecimento e, também, consideramos ensaio a proposta narrativa literária dentro do âmbito de construção da mulher negra , indígena , ribeirinha, da periférica, dentre outras que desejam alcançar um espaço de expressão de sua formação durante o percurso em sua produção que esta tateando encontrar...

A maioria dos ensaios dessa coletânea trata-se de textos científicos de fins de ciclos acadêmicos ou de projetos que perpassaram a vida de produção dessas autoras todas advindas de contextos periféricos no âmbito da publicação científica com sujeitos coletivos, mulheres viventes de suas comunidades e/ou coletividades.

Ensaio parte-se do ponto de vista de textos com posições iniciais de determinados temas que ainda estão ou estiveram em processo de construção com determinadas autoras. Nesse sentido diferente do rigor científico dos artigos que exigem um debate teórico mais conciso e empírico, já dispondo, se possível, de alguma apresentação prévia de resultados parciais da proposta ou do projeto articulado. Sendo assim diferem-se das propostas dos ensaios organizados encaminhados por tais jovens adultas autoras que demarcam questões em suas trajetórias científicas seja individualmente, sejam articuladas no bojo das construções com suas coletividades , de forma, mais livre , autentica e demarcando a originalidade de algumas questões mais polemicas ou menos enxergadas no âmbito da ordem acadêmica convencional e a história pública do Estado Nacional na relação com as demarcações étnicas , a citar aquelas pensadas a partir das urgências das intelectuais indígenas e seus projetos plurais articulados com a produção científica e intercultural comunitária com outros territórios.

ORGANIZAÇAO DAS SESSOES POR MEIO DA AVALIAÇÃO DA BANCA CONVOCADA PARA CADA SESSÃO.

COMITE AVALIATIVO PARA MANIFESTAÇAO DA CARTA ACEITE E/OU OBSERVAÇOES PARA POSSÍVEIS ALTERAÇOES ANTES DA VERSAO DEFINITIVA DA PUBLICAÇAO OFICIAL.

1-Mulheres pretas e questões afros religiosas: Ensaios que trazem as mulheres negras e feministas comunitárias que fazem diálogos com a afroreligiosidade em seus diversos trabalhos de produção acadêmica comunitária e das periferias, seja, na literatura, seja por meio da educação popular em seus múltiplos fronts, na periferia e nos coletivos que dirigem e participam.

  • 4 ENSAIOS

REGIAO METROPOLITANA DE BELÉM E ANANINDEUA.

  1. DIÁSPORAS AFROINDÍGENAS: A EXPERIÊNCIA AMAZÔNICA DE EMERSÃO DA ENTIDADE ESPIRITUAL CABOCLA EM COMUNIDADES DE MATRIZ AFRICANA. AUTORAS: FIAMA GÓES E PROFA.DRA. ALANNA SOUTO CARDOSO.
  2. PODE A MULHER NEGRA ENSINAR PORTUGUÊS DA PERIFERIA? LETRAMENTOS, DISCURSOS E RESISTÊNCIAS DE UMA PROFESSORA DA AMAZÔNIA PARAENSE. AUTORAS: LÍLIACRISTIANE BARBOSA DE MELO E DÉBORA CRISTINA DO NASCIMENTO FERREIRA.
  3. NEGRA SOU, NEGRAS SOMOS: APONTAMENTOS SOBRE SER PARTE DO QUE SE PESQUISA EM ANTROPOLOGIA- AUTORA TAINARA LÚCIA PINHEIRO
  4. VOZES NEGRAS: CRÔNICAS RACIAIS DO COTIDIANO. AUTORA: EDENILZA BORGES SIQUEIRA.


Banca da SESSÃO 1: Profa. Dra. Denise Cardoso; Profa. Taissa Tavernad e Profa. Dra. Maria Luzia Miranda Alvares.

2-Mulheres Quilombolas: Aqui as mulheres negras quilombolas são as protagonistas através das pesquisas realizadas por essas outras mulheres amazônidas em que suas histórias se entrelaçam com suas produções acadêmicas.

3 ENSAIOS -ENSAIOS/ TÍTULOS – NOMES- REGIOES DO PARÁ/ MARAJÓ- QUILOMBOLA [PONTA DE PEDRAS E CACHOEIRA DO ARARY].

1-PRECONCEITO LINGUISTICO: O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS TRADIÇÕES ORAIS. AUTORAS: ANALÚ BATISTA DOS SANTOS & MARLY OLIVEIRA DOS SANTOS.

2-EVASÃO ESCOLAR E O TEMPO DO EXTRATIVISMO DO AÇAÍ. AUTORA: MARIA MADALENA OLIVEIRA DOS SANTOS.

3-SOBERANIA ALIMENTAR QUILOMBOLA- MUDANÇAS E PERMANENCIAS NA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO DO TARTARUGUEIRO, EM PONTA DE PEDRAS/PARÁ. AUTORA: JULLY VANESSA MIRANDA DOS SANTOS.

Banca da Sessão 2:  Profa. Ivanilde Apoluceno; Profa. Dra. Rosa Acevedo Marin e profa. Dra.Maria Luzia Miranda Alvares

3-Mulheres Indígenas e a Descolonização da mestiçagem: nesta sessão as mulheres indígenas tomam conta do cenário, com sua militância, sua luta por direitos, seu conhecimento tradicional e na viabilidade de uma outra cartografia histórica das mulheres cabanas indígenas e ribeirinhas. Nessa sessão abre-se espaço ainda às mulheres caboclas ribeirinhas que vieram de um contexto das vidas ribeirinhas ou descendentes dessas vidas ditas caboclas, nas Baixadas das periferias, mas que guardam em suas memórias e nas suas interfaces culturais identitárias e fenotípicas marcadas por etnicidades fragmentadas dos seus antecipados indígenas ou ainda afroindígenas. Sendo assim, percebemos a mestiçagem a partir de novos contornos políticos, em que pese a crítica ao essencialismo em querer enquadrar a população mestiça do presente como sendo aquelas categorias do passado, que serviram de forma violenta ao processo do embranquecimento forçado pelo Estado colonial. Afinal, na atualidade o colonialismo incide, sobretudo, aos não brancos, não incide apenas na exclusão dos indígenas ou da população negra. Padecendo ainda as mulheres desses contextos no que diz respeito a retomada de suas (re)existências étnicas e suas racialidades.

3 ENSAIOS/ TÍTULOS – NOMES- REGIOES: Belém- REGIÃO GUAJARINA (ARUÃ/ TUPINAMBÁ); SANTARÉM – KUMARUARA em contexto urbano de Santarém, BAIXO TAPAJÓS.

  1. REDISCUTINDO A MESTIÇAGEM E AS IDENTIDADES ÉTNICO-RACIAIS DOS POVOS DA AMAZÔNIA- AUTORA: PROFA. DRA. ALANNA SOUTO CARDOSO (ARUÃ / TUPINAMBÁ)
  2. NOTAS SOBRE O ENSINO DA ETNOMATEMÁTICA AOS ALUNOS DO 9º ANO DA ESCOLA MUNICIPAL SÃO FRANCISCO DA ALDEIA INDÍGENA CAVADA- TERRITÓRIO ETNOEDUCACIONAL MUNDURUKU – AUTORA: ANDRÉIA CASTRO DE DEUS.
  3. A GOVERNABILIDADE CABANA DAS MULHERES INDÍGENAS RIBEIRINHAS - ETNICIDADE, RAÇA E CLASSE. AUTORAS PROFA.DRA.ALANNA SOUTO CARDOSO E ANDRÉIA CASTRO DE DEUS.

BANCA SESSAO 3: Profa. Dra. Rosa Acevedo Marin; Profa. Dra. Leila Mourão; Profa. Dra. Ivanilde Apoluceno e profa. Venize Rodrigues

4-Narrativas e práticas de saberes tradicionais de mulheres/ Sessão mães do Axé: Agora é a vez das histórias dessas mulheres contadas em primeira pessoa, as mulheres e seus conhecimentos contados por elas e assinados por elas.

  • 3 ensaios orais.
  1. PRÁTICAS ESPACIAIS DE ENSINO DE TRADIÇÃO E NARRATIVAS ORAIS DO TERREIRO DE UMBANDA CASA DE MÃE HERONDINA – AUTORA ORAL: MÃE JUCILENE CARVALHO (D`OIÁ)- ILHA DE COTIJUBA- PRAIA FUNDA.
  2. HISTÓRIA DE VIDA, SABERES E APREDIZAGENS DA TRADIÇÃO DE CANDOMBLÉ DE ANGOLA - INSTITUTO NANGETU DE TRADICAO AFRO-RELIGIOSA E DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL – AUTORA ORAL: MAMETU NANGETU- Trav.Pirajá. BAIRRO DO MARCO. Belém-PA
  3. PRÁTICAS ESPACIAIS DE CURA E ENSINAMENTOS DO IBAMCA- INSTITUTO BAMBURUCEMA DE CULTURA AFRO AMAZÔNICA). TRANSCRIÇÃO DAS NARRATIVAS ORAIS DE MAMETU MUAGILÊ. AUTORA ORAL: MAMETU MUAGILÊ. -  TERRA FIRME/ Bacia do Tucunduba- BELÉM DO PARÁ.

BANCA DE SESSÃO 4: Profa. Dra. Rosa Acevedo Marin; Profa.Dra. Denise Cardoso e Profa.Dra. Taissa Tavernad.


[1] https://www.institutocartografandosaberes.com/algumas-concepcoes-de-mulheres-em-contextos-especificos/